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Arquitetos: U.T.E. Atristain Begiristain
- Área: 617000 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Jorge Allende
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto consiste em um trabalho de extensão e reforma do atual edifício do Clube Orio de Remo Olímpico, localizado na província de Gipuzkoa, entre as áreas municipais de Aia e Orio, ambas na orla do rio Oria. O terreno trapezoidal tem seu acesso principal a partir do nível superior (+12 metros) da fachada frontal, formando um fechamento natural rochoso que delimita o a área. A partir do lado sul, e através de um acesso em rampa, a altura da plataforma é atingida, a 4,5 metros.
A superfície do terreno é quase totalmente horizontal, e sua fronteira norte é delimitada pelo rio Oria. Na parte leste o terreno é arrematado pela rampa de acesso à plataforma, e é adjacente ao edifício industrial Santio Erreka Auzoa número 42. No limite oeste, o terreno é fechado pela topografia da encosta que chega à margem do rio.
Um novo edifício é projetado com base no atual.
Em planta o edifício se estende para alcançar a encosta rochosa. A altura dos pavimentos atuais é aumentada, prevendo dois novos pavimentos e uma nova cobertura.
Proposta de Expansão
O índice máximo de aproveitamento urbano é alcançado ao se estender o edifício em direção à encosta, deixando a plataforma frontal intacta para ser utilizada para limpeza e preparação dos barcos. A portal de concreto armado do edifício existente é mantido e integrado à nova estrutura metálica que apóia a cobertura.
O edifício proposto a partir de seu esquema funcional e suas conexões com o edifício existente, de sua distribuição modular e localização das áreas de serviço, é concebido a partir de um ponto de visto estritamente funcional.
O edifício foi projetado com esta dupla abordagem de uso, a distribuição interna mais coerente, para os esportes, e um condicionamento coerentemente aplicado que permite a flexibilidade das áreas e espaços internos.
O conceito estrutural.
A estrutura busca unir de forma coerente a extensão estrutural e formal do edifício, com o objetivo de criar um elemento emblemático para Orio.
As novas colunas de aço apoiam o leve plano que corresponde à cobertura. Devido a estes apoios a cobertura pode ser uma fina lâmina com caráter muito leve. A iluminação zenital, que penetra por diversas dobras na lâmina de cobertura, adiciona luz natural ao edifício.
O topo dos pilares é iluminado, conferindo uma imagem característica a partir de diferentes pontos de vista. Por sua vez, o edifício busca evocar o tradicional gesto dos remadores ao retornar ao porto após uma merecida vitória.
O centro de comunicação
O edifício se divide em diferentes plantas que concentram diferentes usos. O núcleo de comunicações se localiza no centro do edifício, na sua atual localização.
Para garantir acessibilidade ao edifício, propõe-se um elevador e a mudança da forma da escadaria. A proposta coloca duas entradas principais, uma a partir da margem do rio (cota + 4,5 metros) e outra a partir da fachada sul, onde o tráfego da rodovia é concentrado (cota + 12,5 metros).Esta estratégia busca diferenciar o uso público do edifício (loja, clube, museu, etc.) do uso mais privado (Centro Técnico Desportivo, ginásio, acesso as plataformas, etc.)
Último piso - p2 - (cafeteria, clube, museu, loja, administração).
Esta é a principal entrada do edifício e conforma as circulações verticais do projeto. Seu primeiro uso é tanto como um clube privado quanto aberto à comunidade. Há também neste pavimento uma pequena área administrativa e uma loja. A vocação deste pavimento é totalmente extrovertida em todos os aspectos; um elemento permeável que une visualmente o Norte e o Sul, um elemento expressivo da identidade formal da cobertura do edifício, e um elemento que evoca as experiências e relações humanas (espaço do foyer, clube, área de exibições).
A distribuição aberta permite uma coroação limpa para o edifício através de uma pele envidraçada e iluminada. A peculiaridade da cobertura, juntamente com o revestimento transparente da fachada, dá a estes ambientes vistas privilegiadas para o rio que são acentuadas pela solução translúcida proposta. O acesso da fachada sul é de natureza pública, buscando não interromper o uso do Centro Técnico Desportivo. Com o mesmo objetivo, a cafeteria e o clube foram dotados de um acesso diferenciado, garantindo, deste modo, o uso independente desta parte do edifício.
O espaço composto pelo museu e pelo clube - que formaliza uma superfície - é adaptável às necessidades de usos futuros. Assim, este cria uma relação física e visual adaptável por meio de elementos móveis, criando um espaço total de aproximadamente 500 m².
Primeiro piso - p1 –(Centro Técnico Desportivo, ginásio, vestiários).
Este é o pavimento onde se dão os principais serviços do edifício. O layout minimiza os trajetos através de uma organização linear dos serviços. A localização dos cômodos responde a critérios de praticidade assim como a otimização das visuais do entorno do edifício. O núcleo de comunicações toma uma posição central, estando relativamente próximo a todos os espaços do edifício. A cobertura do edifício atual formará a a porção mais baixa deste pavimento, onde estará localizado o centro de "treinamento seco".
O espaço principal é o ginásio, com uma superfície de mais de 900 m² e 5,5 metros de altura. Ventilação e iluminação natural proporcionam a este espaço características de práticas esportivas internas. A academia possui acesso direto à raia e ao Centro Técnico. Localizar a raia próxima à academia é importante pois esta se torna um complemento ao uso do ginásio.
A raia se localiza no limite posterior do edifício existente, otimizando a nova estrutura adequada a este elemento. A sala dos treinadores e o Centro Técnico têm vistas para o ginásio e para o estuário, deste modo os treinadores podem controlar o treinamento na academia e na água a partir do mesmo local.
Mezanino
Localizado no atual mezanino do edifício, ele ocupa uma superfície limitada da planta geral do prédio. Seu uso principal é como serviço aos visitantes. A estrutura funcional da planta prioriza os trajetos lineares e o uso do corredor aberto proporciona uma imagem combinada do térreo e do mezanino.
Deste modo, uma leitura simples da composição volumétrica e estrutural do edifício origem deste projeto é dada. O mezanino do atual edifício é remodelado de forma a abrigar a área de visitantes. O acesso para o hangar proporciona a este espaço uma relação direta com o uso daquele. O espaço do mezanino "toma vantagem" do atual piso estrutural, atualmente
ocupado com a área da academia e escritórios.
Térreo -p0-(hangares, aluguel, caixa)
O térreo inteiro é utilizado para armazenar os barcos. Foi concebida a melhor distribuição possível sobre a estrutura atual. Deste modo, o hangar na parte leste abrigará os trawlers (embarcações com assento fixo) e, localizados na parte oeste do núcleo de comunicações, estão os barcos de assento móvel, canoas, e a área de aluguel. Estes dois espaços se comunicam através do núcleo, que garante a conexão entre ambos. Na extremidade leste está o Box, um espaço que recebe os trawlers e os barcos de 5 remos.
Os remos serão colocados na parte interna da fachada onde o pé-direito é de 5 metros. Neste piso há um acesso direto à plataforma horizontal da margem do rio, permitindo o uso dos barcos no mesmo. O térreo ocupa a projeção total do edifício, otimizando os espaços de armazenagem dos barcos. A separação vertical da planta é definida pela configuração do existente "Clube de Remo Olímpico de Orio", que define dois espaços, um com 2,8 metros e outro de 5,6 metros de pé-direito.